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Victor Holanda
Sao Paulo, Sao Paulo, Brazil
PAZ PARA NÓS, GUERRA AOS SENHORES.
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O MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA
Anda um espectro pela Europa — o espectro do Comunismo. Todos os poderes da velha Europa se aliaram para uma
santa caçada a este espectro, o papa e o tsar, Metternich e
Guizot, radicais franceses e polícias alemães.
Onde está o partido de oposição que não tivesse sido vilipendiado pelos seus adversários no governo como comunista,
onde está o partido de oposição que não tivesse arremessado de
volta, tanto contra os oposicionistas mais progressistas como
contra os seus adversários reacionários, a recriminação estigmatizante do comunismo?
Deste facto concluem-se duas coisas.
O comunismo já é reconhecido por todos os poderes europeus como um poder.
Já é tempo de os comunistas exporem abertamente perante
o mundo inteiro o seu modo de ver, os seus objetivos, as suas
tendências, e de contraporem à lenda * do espectro do comunismo um Manifesto do próprio partido.
Com este objectivo reuniram-se em Londres comunistas das
mais diversas nacionalidades e delinearam o Manifesto seguinte, que é publicado em inglês, francês, alemão, italiano, flamengo
e dinamarquês **.
* Na edição de 1848: lendas. (N. Ed.)
** Sobre a publicação do Manifesto em diferentes traduções ver as indicações constantes dos Prefácios e as respectivas notas. (N. Ed.)
I
Burgueses e proletários *
A história de toda a sociedade até aqui ** é a história de
lutas de classes.
[Homem] livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo
[Leibeigener], burgueses de corporação [Zunftbürger] *** e oficial, em suma, opressores e oprimidos, estiveram em constante
oposição uns aos outros, travaram uma luta ininterrupta, ora
oculta ora aberta, uma luta que de cada vez acabou por uma
reconfiguração revolucionária de toda a sociedade ou pelo
declínio comum das classes em luta.
Nas anteriores épocas da história encontramos quase por
toda a parte uma articulação completa da sociedade em diversos
estados [ou ordens sociais — Stände], uma múltipla gradação
das posições sociais. Na Roma antiga temos patrícios, cavaleiros,
plebeus, escravos; na Idade Média: senhores feudais, vassalos,
burgueses de corporação, oficiais, servos, e ainda por cima, quase em cada uma destas classes, de novo gradações particulares.
* Por burguesia entende-se a classe dos Capitalistas modernos, proprietários
dos meios de produção social e empregadores de trabalho assalariado. Por proletariado, a classe dos trabalhadores assalariados modernos, os quais, não tendo meios
próprios de produção, estão reduzidos a vender a sua força de trabalho [labourpower] para poderem viver. (Nota de Engels à edição inglesa de 1888.)
** Isto é, toda a história escrita. Em 1847, a pré-história da sociedade, a
organização social existente antes da história registada, era praticamente desconhecida. Desde então, Haxthausen descobriu a propriedade comum da terra na Rússia, Maurer provou que ela é o fundamento social de que partiram todas as raças
Teutônicas da história, e a pouco e pouco verificou-se que as comunidades aldeãs
são ou foram a forma primitiva de sociedade em toda a parte, da Índia à Irlanda. A organização interna desta primitiva sociedade Comunista foi posta a nu, na
sua forma típica, pela descoberta culminante feita por Morgan da verdadeira natureza da gens e da sua relação com a tribo. Com a dissolução destas comunidades primevas a sociedade começa a diferenciar-se em classes separadas e
finalmente antagônicas. Tentei reconstituir este processo de dissolução em Der
Ursprung der Familie, des Privateigenthums und des Staats, zweite Auflage,
Stuttgart 1886. [A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, segunda edição, Estugarda, 1886. — Ver MEW, vol. 21, pp. 25-173; cf. OE, t. III,
1985, pp 213-374.] (Nota de Engels à edição inglesa de 1888.) (37)
*** Guild-master: membro pleno de uma corporação, mestre dentro de uma
corporação, e não o seu presidente [que em alemão seria, por exemplo, Zunftherr.
— N. Ed.]. (Nota de Engels à edição inglesa de 1888.)
A moderna sociedade burguesa, saída do declínio da sociedade feudal, não aboliu as oposições de classes. Apenas pôs
novas classes, novas condições de opressão, novas configurações
de luta, no lugar das antigas.
A nossa época, a época da burguesia, distingue-se, contudo, por ter simplificado as oposições de classes. A sociedade
toda cinde-se, cada vez mais, em dois grandes campos inimigos,
em duas grandes classes que diretamente se enfrentam: burguesia e proletariado.
Dos servos da Idade Média saíram os Pfahlbürger (38) das
primeiras cidades; desta Pfahlbürgerschaft desenvolveram-se os
primeiros elementos da burguesia [Bourgeoisie].
O descobrimento da América, a circum-navegação de África,
criaram um novo terreno para a burguesia ascendente. O mercado das Índias orientais e da China, a colonização da América,
o intercâmbio [Austausch] com as colônias, a multiplicação dos
meios de troca e das mercadorias em geral deram ao comércio,
à navegação, à indústria, um surto nunca até então conhecido,
e, com ele, um rápido desenvolvimento ao elemento revolucionário na sociedade feudal em desmoronamento.
O modo de funcionamento até aí feudal ou corporativo da
indústria já não chegava para a procura que crescia com novos * mercados. Substituiu-a a manufactura. Os mestres de corporação foram desalojados pelo estado médio [Mittelstand]
industrial; a divisão do trabalho entre as diversas corporações
[Korporationen] desapareceu ante a divisão do trabalho na própria oficina singular.
Mas os mercados continuavam a crescer, a procura continuava a subir. Também a manufactura já não chegava mais. Então
o vapor e a maquinaria revolucionaram a produção industrial.
Para o lugar da manufactura entrou a grande indústria moderna; para o lugar do estado médio industrial entraram os milionários industriais, os chefes de exércitos industriais inteiros, os
burgueses modernos.
A grande indústria estabeleceu o mercado mundial que o
descobrimento da América preparara. O mercado mundial deu
ao comércio, à navegação, às comunicações por terra, um desenvolvimento imensurável. Este, por sua vez, reagiu sobre a
extensão da indústria, e na mesma medida em que a indústria,
* Nas edições de 1848, 1872 e 1883: os novos. (N. Ed.)
o comércio, a navegação, os caminhos-de-ferro se estenderam,
desenvolveu-se a burguesia, multiplicou os seus capitais, empurrou todas as classes transmitidas da Idade Média para segundo
plano.
Vemos, pois, como a burguesia moderna é ela própria o
produto de um longo curso de desenvolvimento, de uma série
de revolucionamentos no modo de produção e de intercâmbio
[Verkehr].
Cada um destes estádios de desenvolvimento da burguesia
foi acompanhado de um correspondente progresso político *.
Estado [ou ordem social — Stand] oprimido sob a dominação
dos senhores feudais, associação ** armada e auto-administrada na comuna ***, aqui cidade-república independente ****,
além terceiro-estado na monarquia sujeito a impostos *****,
depois ao tempo da manufactura contrapeso contra a nobreza na
monarquia de estados [ou ordens sociais — ständisch] ou na
absoluta ******, base principal das grandes monarquias em
geral — ela conquistou por fim, desde o estabelecimento da
grande indústria e do mercado mundial, a dominação política
exclusiva no moderno Estado representativo. O moderno poder
de Estado é apenas uma comissão que administra os negócios
comunitários de toda a classe burguesa.
A burguesia desempenhou na história um papel altamente
revolucionário.
A burguesia, lá onde chegou à dominação, destruiu todas as
relações feudais, patriarcais, idílicas. Rasgou sem misericórdia
todos os variegados laços feudais que prendiam o homem aos
seus superiores naturais e não deixou outro laç
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