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Showing 1-10 of 109 entries
7 people found this review helpful
4.7 hrs on record (4.5 hrs at review time)
O mais puro estro musical.
 
estro
substantivo masculino
1.biologia
 m.q. CIO.
2.
entusiasmo artístico, riqueza de criação, gênio criador, inspiração.
 
 Uma obra atemporal, debatendo muito além de paisagens exuberantes, experiências psicodélicas e acordes. The Artful Escape é a reflexão de um ser sobre sua própria existência, a transformação de um indivíduo sufocado pelas expectativas de outrem. A libertação de Francis de um passado que ele jamais quis reviver.

O enredo
 Morando em Calypso, Francis Vendetti se viu forçado a seguir os passos do seu famoso tio Johnson Vendetti, um músico folk, tio esse reverenciado na cidade por seu grande talento e sua morte abrupta. Francis se vê preso à um passado egoísta pelo qual ele não sente inspiração até a noite anterior ao seu primeiro show quando é visitado por uma criatura galática. Francis se lança em uma aventura espacial podendo finalmente encontrar sua verdadeira personalidade como um prodígio da guitarra. Com solos espalhafatosos e melodiosos, ele se revela um verdadeiro showman capaz de revolucionar civilizações intergaláticas e agradar até mesmo ao mais exigente dos alienígenas com a maestria dos seus "10 porquinhos". A escolha, proposital creio eu, de um universo alienígena reflete o quão deslocado Francis se sente na carreira folk.

A arte
 Tal qual a arte sobrenatural de Roger Dean[www.google.com], The Artful Escape flerta sobejamente com a criatividade, dando vida à paisagens exuberantes e matizadas. Vagando por ambientes alienígenas que ignoram a lógica e recheiam a tela de cores, o jogo reflete em seus cenários a transformação interna pela qual Francis passa. O abuso de lasers, fogos e iluminação são uma obra à parte, orquestrados por Violetta, uma personagem enigmática que, na minha singela opinião, deveria ter sido melhor explorada.

A jogabilidade
 Simplória perante a grandiosidade do restante dos aspectos do jogo. Para mim, The Artful Escape se propõe a ser muito mais uma experiência do que um jogo propriamente dito. Uma aventura relaxante e extasiante usando a estrutura de jogos plataforma, o jogador enfrentará obstáculos bastante fáceis enquanto desliza pelos cenários tocando riffs trazendo vida de volta aos alienígenas. Os ditos "puzzles musicais" seguem a mesma estrutura de Genius, exigindo que o jogador siga uma ordem correta de acordes à serem tocados. Eu disse "puzzles porque os mesmos estão bem longe de serem minimamente desafiadores.

A trilha sonora
 O ápice da obra, o crème de la crème. The Artful Escape é em sua essência uma criação artística musical refletindo o desabrochar de um músico desbravando sua própria personalidade. As trilhas sonoras casam muito bem com a fluidez dos cenários e ganham seu brilhantismo durante as "batalhas", aonde os acordes da guitarra se entrelaçam com a trilha de fundo.

Consideração final
 Assim como outras obras que tive o deleite de jogar, não daria uma nota mas sim diria que é uma experiência única pela qual você precisa se permitir. Facilmente entrou para minha lista (bastante restrita) de "Jogos da minha vida". The Artful Escape dura em torno de 5 horas, porém o júbilo que ele proporciona vai durar alguns dias.
Posted 14 April.
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50.0 hrs on record (48.4 hrs at review time)
Subnautica foi uma experiência submersiva inesquecível.

ㅤUm jogo de exploração submarina que oferece uma experiência única e cativante. Para mim se tornou um marco no gênero de sobrevivência e exploração devido à sua jogabilidade envolvente, gráficos deslumbrantes e narrativa imersiva.

Gráficos e Ambiente Visual
ㅤA primeira coisa que chama a atenção em Subnautica é o seu ambiente visual deslumbrante. Os cenários subaquáticos são ricamente detalhados, com uma variedade incrível de criaturas marinhas, ecossistemas vibrantes e paisagens submarinas de tirar o fôlego. A atenção aos detalhes na criação do mundo subaquático é fenomenal, proporcionando uma imersão total.

Jogabilidade e Exploração
ㅤVocê se vê imerso em um vasto oceano alienígena, onde precisa coletar recursos, construir equipamentos e bases, além de enfrentar desafios para sobreviver. A exploração é incentivada e recompensada, com a descoberta de novos biomas, criaturas fascinantes e ruínas misteriosas. A sensação de descoberta constante cria uma experiência empolgante e estimulante.

Enredo
ㅤPara mim foi um dos pontos fortes do jogo. Consegue contar uma história intrigante sem depender excessivamente de cutscenes ou diálogos diretos. Em vez disso, a história se desenrola de maneira orgânica, à medida que você explora e descobre pistas espalhadas pelo ambiente. Você se sente parte do mundo e ansioso para desvendar seus segredos.

Trilha Sonora
ㅤA trilha sonora contribui significativamente para a atmosfera do jogo. A música evolui de acordo com a situação, intensificando a tensão durante momentos de perigo ou incentivando a exploração tranquila nos vastos oceanos. Os sons ambiente também são notáveis, acrescentando profundidade e realismo ao ambiente submarino.

Nota: 10/10
ㅤSubnautica é mais do que apenas um jogo de sobrevivência subaquático. É uma obra que combina brilhantemente exploração, narrativa, jogabilidade e uma ambientação visual incrível. É uma experiência que provoca sua curiosidade desde o primeiro mergulho e continua a surpreender à medida que você descobre os mistérios das profundezas oceânicas. Para os amantes de jogos de exploração e aventura. Definitivamente é uma escolha excepcional que oferece horas de entretenimento e imersão inesquecível para quem gosta de exploração, gerenciamento de recursos e ficção científica.
Posted 5 December, 2023.
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31 people found this review helpful
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6.3 hrs on record (6.3 hrs at review time)
ㅤKiller Frequency is an absolute blast! If I could sum it up in a few words, I'd say it's a heart-pounding, adrenaline-fueled suspense experience that keeps you on the edge of your seat. First off, the gameplay is top-notch. The storyline is incredibly engaging, drawing you in right from the start. The mystery element is on point—you're constantly trying to piece together clues, which adds this addictive layer of challenge and excitement. The game mechanics are smooth, making it easy to navigate through the thrilling twists and turns.
ㅤThe design and graphics? Utterly fantastic. The attention to detail in creating the environments is impressive. It's like diving into a high-stakes movie where you're the main character, making decisions that affect the outcome. One of the standout features has to be the sound design. I mean, the soundtrack alone amps up the intensity. It's like having your own personal soundtrack to a blockbuster thriller, heightening every moment of suspense and action. And let me talk about replayability! There are so many different paths and choices to make, ensuring that each playthrough feels fresh and exciting. Plus, discovering new secrets and outcomes keeps you coming back for more.
ㅤKiller Frequency is a total winner in my book. It's not just a game; it's an immersive experience that'll have you hooked from start to finish. If you're into mystery, suspense, and making heart-pounding decisions, this game is an absolute must-play!
Posted 24 November, 2023.
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7 people found this review helpful
4 people found this review funny
6.1 hrs on record (4.9 hrs at review time)
ㅤProjekt: Passion is an absolute blast! If you're tired of the same old gaming routine and yearn for a refreshing, adrenaline-pumping experience, this game is your golden ticket to entertainment paradise. Imagine a roller coaster of emotions – joy, excitement, suspense, and maybe a touch of "what just happened?!". The plot twists are like surprises from a magician's hat; just when you think you've got it figured out, the narrative takes you on a journey through a fantastical world filled with quirky characters, unexpected alliances, and epic showdowns. The game developer must have sprinkled some pixie dust because is a riot of fun. You'll find yourself chuckling at witty dialogues, engaging in hilarious situations.
ㅤVisually a masterpiece. The attention to detail in the design of environments, characters, and animations is stunning. The world feels alive, vibrant, and brimming with personality, pulling players deeper into its immersive universe. The soundtrack deserves special mention. It perfectly complements the game's atmosphere, enhancing every moment and adding an extra layer of depth to the overall experience.

ㅤProjekt: Passion its a combination of easy gameplay, compelling storytelling, breathtaking visuals, and engaging soundtrack creates an unforgettable journey, an erotic experience that I highly recommend.
Posted 23 November, 2023. Last edited 30 November, 2023.
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52.0 hrs on record (51.2 hrs at review time)
The masterpiece

ㅤThe Last of Us is the masterful creation in the realm of video game storytelling. Originally released for PlayStation and later here on Steam, this game stands as a testament to the power of narrative-driven gaming experiences. At its core, The Last of Us delves into the human condition amidst a post-apocalyptic world ravaged by a fungal infection. The story follows Joel, a rugged survivor haunted by past traumas, and Ellie, a young girl immune to the infection. Their journey across the United States is not just a physical expedition but an emotional odyssey through loss, resilience, and the intricacies of their evolving relationship.

The game

ㅤOne of the game's most compelling aspects is its character development. Joel's evolution from a broken man, consumed by grief and closed off emotionally, to a reluctant guardian with a newfound purpose is a testament to the game's nuanced storytelling. His complex morality and decisions he faces throughout the game challenge players to grapple with the blurred lines between right and wrong in desperate times.
ㅤEllie, on the other hand, represents hope and innocence in a world plagued by despair. Her growth from a vulnerable teenager to a resilient survivor mirrors the resilience of humanity in the face of adversity. Her interactions with Joel humanize both characters and create a deep emotional connection that drives the narrative forward.

The world

ㅤThe world-building and attention to detail are outstanding. The desolate landscapes and hauntingly beautiful environments evoke a sense of isolation and danger, perfectly complementing the game's narrative. The meticulous design of the infected and the morally gray factions Joel and Ellie encounter adds layers of complexity to an already richly woven story.

The gameplay

ㅤThe gameplay mechanics, seamlessly blending stealth, action, and exploration, serve as a vehicle to immerse players deeper into the narrative. The tension-filled combat sequences and the scarcity of resources force players to make strategic decisions, echoing the characters' struggles for survival in a hostile world.

The soundtrack

ㅤThe musical score, composed by Gustavo Santaolalla, is a masterpiece in itself. Its haunting melodies and subtle undertones amplify the emotional impact of pivotal moments, enhancing the storytelling experience.

Conclusion

ㅤIn essence, The Last of Us transcends the realm of video games, offering an emotionally charged, thought-provoking narrative that explores the depths of human relationships and the resilience of the human spirit. Its impact resonates far beyond the confines of gaming, solidifying its place as a landmark achievement in storytelling within the medium.

Rating

ㅤ10000/10 - "Life altering"
Posted 22 November, 2023.
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11 people found this review helpful
1 person found this review funny
7.5 hrs on record (3.4 hrs at review time)
Um mistério aterrorizante.

O jogo
 Essa genialidade de certos desenvolvedores me enchem de orgulho e ânsia para jogar por horas. Não foi o primeiro jogo nesse formato que tive contato, lembro de ter jogado A Normal Lost Phone onde a essência é basicamente a mesma. Você encontra um celular e precisa encontrar informações sobre o dono do mesmo. Porém Simulacra é mais imersivo e criativo, além de mais obscuro e posso dizer até assustador.
 Você precisa vasculhar conversas, aplicativos e até websites para desvendar o desaparecimento de Anna. Mas diferente de A Normal Lost Phone, você não fica preso somente em conversas, Simulacra apresenta alguns puzzles onde você precisa desembaralhar palavras e pedaços de imagens. Conta com um sistema de escolhas de respostas bem amplo e uma certa "liberdade" de ações, quando me dei conta estava flertando com algum outro personagem que não tinha ligação com o plot principal em um aplicativo chamado Spark, espelhando o famoso Tinder. Em decorrência da variedade de escolhas, o jogo conta com 4 finais, onde um deles seria o final "bom".
 Efeitos sonoros imersivos não só te dão a sensação de que fato você está com um celular em mãos, como te assustam em diversos momentos. Efeitos como alguém tossindo, batendo em uma porta ou respirando de forma ofegante. A trilha sonora original só auxilia o sentimento de tensão.

Nota: 9/10
Posted 28 July, 2020.
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17 people found this review helpful
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5.4 hrs on record
Cuidado com quem você interage na internet.

Geral
 Um indie com uma premissa bastante peculiar sobre os possíveis perigos que envolvem você conversar com um desconhecido online. Com controles bem simples você jogará com um adulto, aparentemente solitário. Com poucas opções de interações, como porta, janela do quarto, cama, rádio, luminária, uma cruz, telefone e seu computador, cada ação tomada por seu personagem pode desencadear alguma reação, na maioria te levando a morrer de alguma forma bem exagerada e explicita. Tudo gira em torno de uma misteriosa mulher te chamando num chat online, suas respostas à ela também possuem consequências. Don't Chat with Strangers é mais um daqueles indies que apostam no gráfico simples, pixelado, porém agradável e bem animado. Efeitos sonoros originais e perturbadores, o jogo sempre vai deixar claro quando você cometer algum erro, seja de ação ou de escolha.

Nota: 7/10
 Uma ideia interessante, com uma mensagem até moral sobre interação com estranhos online, porém uma execução medíocre, o jogo vai te entreter por alguns minutos, mas se torna enjoativo quando você percebe que muitas coisas que você faz, as vezes geram a mesma consequência.
Posted 20 July, 2020.
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22 people found this review helpful
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53.7 hrs on record (3.3 hrs at review time)
Como me referir à essa obra que diz tanto, mesmo sem usar uma palavra sequer...

Jogo?
 Journey não é exatamente um jogo, é uma experiência estética, emocional e incrivelmente subjetiva. Sútil, seria uma palavra para definir o âmago deste título, sem explicações, sem menus, sem hud. Você perceberá que tudo que é apresentado à você, é uma montanha emanando um feixe de luz e uma imensidão de areia. Seu personagem não tem nome tão pouco uma voz, tudo que você tem é um botão para emitir efeitos sonoros seguidos de uma luz, sistema pelo qual você usará para reacender mecanismos espalhados pelo ambiente. Ao deslizar pelas dunas, voar e contemplar os cenários mais singulares e belos já produzidos para um jogo, invariavelmente você irá ter a sensação de que nunca presenciou algo semelhante, o que torna sua experiência mais intensa.
 Journey não pode ser classificado estritamente, mesmo quando a surpreendente conclusão é alcançada, o que resta para o jogador é o deslumbramento do que acabou de vivenciar, não há nenhum sinal de objetivo definido ou sequer um enredo mastigado. Cabe a cada jogador criar sua jornada, interpretar as cutscenes e decifrar de acordo com suas próprias crenças as imagens expostas no que parece ser uma parede. É bastante provável que as suas conclusões a respeito do significado da trajetória sensorial e da colocação de algo tão único na atual indústria sejam tão únicas quanto o próprio jogo.
 Em suma, Journey pode ser considerado uma experiência estética interativa, onde o melhor é não se preocupar com a progressão de seu personagem, mas manter os olhos e ouvidos atentos às perspectivas aqui minuciosamente apresentadas, milimetricamente encaixadas entre feixes de luz e elementos pitorescos. Durante sua jornada você poderá encontrar outros peregrinos vagando, o conceito de multijogador é um dos mais singulares de que se tem conhecimento. De fato, não há um lobby aqui, assim como também não há qualquer tipo de chat. Na realidade, nem sequer há uma forma de identificar os nomes dos viajantes ocasionais que, às vezes, dividirão parte da jornada com você. Seguir uma peregrinação conjunta? Ignorar? Auxiliar em eventuais puzzles? Quaisquer dessas opções são válidas quando você se depara com outro "ser", já que a interação entre personagens é tão restrita quanto o restante do jogo — quer dizer, simplesmente não há restrição. Porém há benefícios para os que escolhem dividir a aventura com outro jogador, além da colaboração em puzzles, os jogadores podem se ajudar a voar por mais tempo, indagar sobre possíveis caminhos e perigos.
 Journey é incrivelmente rico em detalhes, desde a interação de seu beduíno com objetos do cenário, passando pelos pequenos símbolos místicos que adornam suas ruínas ancestrais, até a dinâmica de deformação da areia por onde você caminha, que surpreende pelo seu realismo. Incrivelmente pequeno, sua jornada vai durar em torno de 3 horas. E absurdamente grande, você se sentirá mínimo no universo, minúsculo de fato. Isso porque o jogo passa uma sensação única de imensidão, de grandiosidade, entre os passos tateantes e o deslizar do seu herói, parece haver toda uma realidade sublime, imperturbável, que simplesmente ignora a sua viagem. São construções que parecem tocar o sol, ventos violentos, tão hostis quanto indiferentes.
 O espetáculo sensorial de Journey com certeza deve muito à excelente trilha sonora e aos efeitos de som que embalam a sua viagem. Nada invasivo, nem excessivamente sutil. Há um crescendo agradável nas músicas, assim como, em alguns momentos, a fúria cega da natureza provocará estrondos e ruídos terríveis durante as tempestades de areia.

https://www.youtube.com/watch?v=M3hFN8UrBPw

Nota?
 Eu não consigo conceber que uma obra de arte como Journey possa ser classificada com qualquer nota que seja, simplesmente não se faz necessário. Afinal, qual é o sentido do jogo? Trata-se de uma missão? Uma viagem de autoconhecimento? Uma “parábola”? Talvez a melhor conclusão aqui seja: o significado depende exclusivamente de você. A história não é contada entre CGs didáticas. Não há nada escrito em nenhuma língua remotamente humana. Enfim, peregrine e encontre o seu próprio sentido na vastidão de um deserto incerto.
Posted 17 July, 2020. Last edited 21 November, 2023.
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26 people found this review helpful
7.8 hrs on record (4.2 hrs at review time)
Um dos jogos point n click mais impressionantes e cativantes que eu experimentei.
Porém fãs de Fran Bow podem se decepcionar.

Jogabilidade
 Bem contrário ao seu "anterior", Fran Bow, Little Misfortune traz uma experiência muito mais curta, falamos em torno de 5 horas de diferença entre um jogo e outro. Mas isso não o torna pior, apenas díspar. Uma jogabilidade mais simplificada se comparado ao seu predecessor, para mim Little Misfortune deixou a desejar na mecânica, que abre mão de puzzles complexos para apostar em fases em que basta caminhar pelo cenário para prosseguir.
 A estrutura do jogo é semelhante a qualquer outro point n click, você clica em locais selecionados para explorar e pode clicar no chão para fazer a "mocinha" (forma como a personagem se intitula) andar e clicando 2x fará ela correr. Podendo também ser jogado com controle ou com teclado e mouse. Você tem a mecânica de jogar glíter em certos locais/objetos transformando a tristeza em felicidade.
 Quando comecei a jogar eu me fiz crer que o jogo seria muito mais complexo, ele conta com um suposto sistema de causa e efeito, que de acordo com o narrador, Mr. Voice, as escolhas do jogador afetam o desenrolar da história. Mas diferente de jogos como Life is Strange (Dontnod), The Walking Dead (Telltale), tal mecânica é uma simples estratégia de marketing, onde o jogo apresenta apenas dois finais, entre os quais há apenas uma cena de diferença.

Enredo
 Nessa parte que eu estava querendo chegar para começar a destilar elogios ao jogo. Apesar do falho sistema de escolhas, o jogo conta com uma história envolvente com personagens marcantes e singulares. Recheado de ironia, humor negro e piadinhas, o jogo apresenta seu enredo de maneira impecável. Me apaixonei pela protagonista, a pequena Misfortune Ramirez Hernandez de 8 anos de idade, seu carisma é fascinante, ela traz consigo uma inocência mesmo numa realidade difícil e pesada. Trechos como "Papai bateu na Mamãe, isso era pra ser normal? Devo bater nas pessoas que eu amo? Não parece certo." causa um choque, dada a naturalidade com a qual Misfortune se profere e traz à tona questionamentos sobre abusos psicológicos, negligência e violência.
 Com o decorrer do jogo será normal você sentir uma repulsa pelos pais da protagonista, diversas vezes retratados como adultos infelizes que descontam suas frustrações na filha. Nota-se o desdém dos pais para com ela começando pelo nome, Misfortune, que em uma tradução livre seria algo como "Infortúnio", isso me irritou porque você nota quão frágil e querida é a protagonista, sempre tentando ver bondade nas coisas, consertando com seu glíter mágico o que está errado no mundo. Enfim, Misfortune vaga pelo jogo procurando por Benjamin, uma raposa misteriosa a qual Mr. Voice odeia, você vai conhecer não somente os arredores da casa dela, mas também a cidade de Openfields.

Gráfico
 Ambientes vivos, ricos em detalhes e usando uma paleta de cores alegre, faz ser gritante a diferença com Fran Bow. Eu diria que chega a ser um visual infantil, com certas cenas onde tudo se distorce e Misfortune parece ter ido parar no mundo invertido (Stranger Things). Não sei se foi impressão minha, mas o gráfico deste título me pareceu mais polido e bem desenhado.

Soundtrack
 Um pecado de tão sútil e agradável. Eu me vi procurando as músicas do jogo para ouvir durante o dia. Composições instrumentais, em sua maioria com ritmo calmo que se entrelaça com a narrativa e com as cenas de maneira magistral.

Nota: 8/10
 Esse jogo só não mereceu o meu 10/10 por conta da curta experiência se comparada com o preço pelo qual o jogo é vendido, e pela ausência de uma mecânica mais desafiadora. Porém me cativou pela sua simplicidade, se tornando meu atual jogo favorito.
Posted 14 July, 2020. Last edited 16 July, 2020.
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32 people found this review helpful
3 people found this review funny
4
2
38.0 hrs on record (5.7 hrs at review time)
Entre na pele de um detetive de Los Angeles na década de 40.

Jogabilidade
 É um jogo da Rockstar Games, isso já resume bem a qualidade com que ele foi desenvolvido e no quesito jogabilidade não é diferente. Como a maioria dos jogos da empresa, você joga L.A. Noire em terceira pessoa, podendo correr, mirar, atirar, se proteger atrás de objetos do cenário. Entrar em combate corpo a corpo podendo bloquear socos, dar contra-ataques e agarrar seu inimigo para finalizar a luta. O jogo conta com um mapa de mundo aberto, aonde você pode dirigir pela cidade livremente e atender casos "secundários" que surgem eventualmente, sendo 40 no total, esses casos não exigem uma investigação minuciosa. Os controles são intuitivos e geralmente respondem fluidamente, exceto a direção de veículos que eu acho meio sensível demais, o que não condiz com os automóveis pesados da época.
 Referente a mecânica de investigação que é usada nos casos principais, aqueles os quais avançam sua jornada, possui uma riqueza de pormenores impressionante. L.A. Noire apresentou à indústria de jogos uma nova tecnologia e forma de jogar, onde suas habilidades de tiro e perseguição não são suficientes. Em todos os casos você se dirige até o local do crime, onde haverão testemunhas ou suspeitos, você pode deixar a exploração de lado e interrogar as pessoas envolvidas de cara, porém essa é a pior opção. Antes de distribuir perguntas e bravatas, é crucial coletar o máximo de evidências e informações sobre o crime, para ter uma abordagem mais coerente. Tudo é registrado na caderneta de Phelps, contendo um resumo sobre os envolvidos, detalhes sobre o local do crime e lista de evidências que você encontrou. Concluindo bem cada caso você recebe Pontos de Intuição, os mesmos são usados para facilitar casos posteriores, eliminando opções incorretas ou revelando todas as pistas disponíveis em um local.

Gráfico
 L.A. Noire é um jogo que envelheceu muito bem, desde 2011 até hoje ele ainda recebe atualizações para correções de bugs e melhorias gráficas sutis, não compete com jogos atuais (2020) porém é visualmente agradável. O jogo possui uma coloração mais tosca reforçando que é de época e ainda conta com um filtro preto e branco para os amantes do estilo noir. Eu diria que o jogo está entre GTA IV e GTA V no que diz respeito a qualidade gráfica, com as respectivas limitações do ano em que foi criado, obviamente. Diferente de tudo que já tinha sido feito, L.A. Noire conseguiu dar uma relevância absolutamente inédita para os diálogos de um jogo, onde 32 câmeras e 400 atores deram vida às expressões dos personagens. Onde uma inquietação, um olhar desviado, uma expressão de descaso ou aborrecimento... Lábios, olhos e veias saltadas, qualquer detalhe pode ser relevante para distinguir inocentes de criminosos. Cabe ao jogador notar e julgar as nuances de comportamento da pessoa interrogada.

Trilha sonora
 Fundamental nesse título. Por se tratar de um jogo noir, as cenas de crime ganham intensidade ao som de um contrabaixo lento e misterioso, que varia conforme você explora e encontra pistas, e se acalma indicando que você viu tudo que tinha para ver ali. Trilhas de jazz mais fortes são usadas em momentos de ação e perseguição. A qualidade das músicas compostas por Andrew e Simon Hale, fazem com que você emerja no universo "quarentista", onde a máfia era significado de status e jazz era tocado nos quatro cantos da cidade.
https://www.youtube.com/watch?v=IEfA9GccfWI

Nota: 1000/10
Um título obrigatório para amantes de jogos que exigem mais do que seus dedos,
onde sua atenção e inteligência são requisitos importantes.
Posted 22 June, 2020. Last edited 22 June, 2020.
Was this review helpful? Yes No Funny Award
< 1  2  3 ... 11 >
Showing 1-10 of 109 entries