Inicialmente eu não tinha gostado de Elden Ring.
Minha primeira jogada foi movida apenas pela vontade de jogar todos os souls-like da From, mas odiei cada segundo, com exceção do final.
Na segunda jogada foi bem mais tranquilo. Já sabia (quase) tudo o que fazer e consegui ignorar as inúmeras dungeons repetidas e sem alma do jogo e focar só nas que eu gostava. Usei e abusei das mecânicas novas, que eu não tinha me adaptado na primeira jogada e acabou sendo uma experiência bem mais tranquila.
Sobre o jogo em si... a customização de aparência e de builds ta o fino de boa. Agora você consegue fazer um personagem realmente bonito ou uma monstruosidade rejeitada por Deus, e a facilidade de alterar tudo sem você necessariamente perder progresso ficou bem mais amigável, mas sem ser uma bagunça.
Apesar da customização de builds ser bem maior, eu sinto que ela é, por várias vezes, cínica.
Veja bem, eles adicionaram a possibilidade de você customizar as habilidades das suas armas normais, além de escolher que tipo de dano ela vai ter, sendo fogo, sangramento, gelo e etc. Coisas que já tinha em outros souls. O que me incomoda é que um número muito grande é só reutilização de jogos passados. É sempre uma skill que você olha e fala ‘ah, é de arma X de Dark Souls 3.’ ou algo do tipo, e até coisas de Sekiro tem aqui. Eu achei importante citar isso porque tanto as magias quanto as habilidades criadas do zero pra esse jogo foram tão únicas que acaba destoando bastante.
Falando em armas, uma coisa que eu demorei pra me adaptar, e nem sei se posso dizer que aprendi, foi o ritmo do combate.
Aqui os chefes tem bem mais vida, bem mais variedade de golpes e dão bastante dano. Pra equilibrar isso, vários desses golpes mais fortes são muuuuuuuito lentos. Tão lentos que isso criou um meme na comunidade (que eu me identifico muito) que é o chefe levantar o braço por 5 segundos te seguindo, pra só aí te bate, e nisso você já ficou rolando desesperado achando que tava enfrentando o Gael do Dark Souls 3. Não é um defeito grande, mas sim uma questão de adaptação, por eu já estar acostumado com os últimos jogos mais frenéticos. Até porque algumas das habilidades novas são bastante demoradas e talvez esse delay do ataque dos chefes seja também pra abrir brecha pra esses ataques.

Sinto também que eles não souberam trabalhar muito bem no ‘preenchimento’ do mundo aberto. Ele é lindo no macro, você sai em qualquer parte do mapa e é um espetáculo visual, vai ter (poucas vezes, mas vai) ter aquela sensação de estar num mapa, olhar no horizonte e ver outro mapa que você já passou, mas no micro, quando você começa a se meter em dungeons ou explorar o mesmo local por muito tempo, acaba dando pra notar que eles só conseguiram dar uma atenção maior nas partes principais, porque por várias vezes você se vê perdido num lugar porque a textura de várias das paredes é a mesma. Lembra dos cálices de Bloodborne no PS4? Pois é.
E nesse mapa gigante você encontra todo tipo de coisa, desde cavaleiros e zumbis, animais e plantas a comboios de inimigos e dragões, mas por ser um jogo tão grande, esse maravilhamento de encontrar coisas novas acaba se perdendo, porque você vai dar de cara com aquele cachorro de pedra com 3 cabeças pela 13ª vez e, se na primeira foi traumático, na quinta você só vai querer que o jogo acabe.

Sobre a história do jogo eu não sei nem o que dizer porque não me aprofundei tanto quanto o pessoal que lê item ou que assiste os youtubers de lore, mas senti que a narrativa deu uma boa melhorada em comparação com os souls anteriores e sem perder a essência dela. Você consegue entender bem mais coisas só lendo os diálogos das quests e observando o mundo do que antes, mas se for do tipo de cara que quer saber até a árvore genealógica (e eu recomendo que faça), também vai se sentir muito satisfeito.
A única coisa que me incomoda aqui é, novamente, eles se prendendo a dark souls, porque sua jornada inteira vai ser igual o meme do Capitão América ou do Leonardo Di Caprio apontando pra tela e falando ‘’Peguei essa referência." com chefes e alguns temas. Não é algo 100% negativo, mas me incomoda, pois eles são criativos demais pra ficarem sempre batendo na mesma tecla.
O que compensa bastante é que os personagens são mais falantes e mais carismáticos, as suas quests são maiores e você consegue se afeiçoar ou odiar eles logo de cara.

A mensagem que fica comigo no final é que não é o melhor dos souls, mas é uma ótima porta de entrada pra quem quer conhecer o gênero, e que se se houver um Elden Ring 2, ou um Dark Souls 4, eles vão conseguir lapidar alguns desses pontos melhor.

Enfim, se tratando da FromSoftware, até um jogo médio já é melhor que 99% das coisas lançadas que sai junto dele.

Isso não é TUDO que eu queria falar sobre Elden Ring, mas foi o que eu consegui juntar de uma forma mais ou menos coerente na minha cabeça.
No fim, mesmo não sendo meu preferido, é um bom jogo.

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Queria tirar um espacinho aqui também pra falar que, Jesus Cristo, que jogo mal otimizado hein. Meu PC claramente roda coisa muito mais pesada que Elden Ring e eu tenho que ficar jogando no médio pra não lagar. Jogar em Coop com amigos que jogam de mago é pedir pra placa de vídeo chorar, porque não rola.
Me lembra de quando tentei jogar Dark Souls 1 e precisa de patch por fãs.