Fryy
EFGONE   Brazil
 
 
:D
Atualmente a jogar
DARK SOULS™ II: Scholar of the First Sin
Arte em destaque
Toad
Felicidade
A felicidade está ligada à atividade humana, sendo um tipo de atividade em conformidade com a “reta razão” e com a virtude (areté). Isso quer dizer que a vida virtuosa é racional. A felicidade implica a educação da vontade em conformidade com os princípios racionais da moderação e, finalmente, está fundamentalmente ligada à política, uma vez que o homem é definido como animal político e sua conduta ética tem expressão na pólis e a partir dela é julgada. É na sociedade – na pólis – que os homens podem alcançar o bem supremo: a felicidade, daí porque, em Aristóteles, ética e política são inseparáveis. “A política que também é uma ciência prática não se dissocia da ética, elas apenas se diferenciam pelo fato de a primeira apresentar uma dimensão social, coletiva, enquanto a outra se restringe ao particular, individual” (AMARAL; SILVA; GOMES, 2012, p. 12).

[...] razão, ética e política são elementos inseparáveis, constitutivos do homem em Aristóteles. Por um lado, a característica de ser racional o conduz à vida política. A vida política, por sua vez, norteará o bem viver ou o viver ético deste homem, que terá como expressão mais própria desta boa vida a própria vida racional. Conclui-se, assim, um círculo virtuoso que para existir não pode prescindir de nenhum destes três elementos que lhe são constitutivos (PANSARELLI, 2009, p. 14).

A importância dada por Aristóteles à vontade racional (a vontade guiada pela razão como elemento fundamental da vida ética), à deliberação e à escolha o levou a considerar uma virtude como condição de todas as outras e presente em todas elas: a prudência ou sabedoria prática. O prudente é aquele que, em todas as situações, é capaz de julgar e avaliar qual a atitude e qual a ação que melhor realizarão a finalidade ética, ou seja, entre as várias escolhas possíveis, qual a mais adequada para que o agente seja virtuoso e realize o que é bom para si e para os outros.

Também devemos a Aristóteles outras contribuições importantes no campo da reflexão sobre a ética e a moral, principalmente a partir de sua obra Ética a Nicômaco, onde o mesmo procurou refletir sobre as virtudes que constituiriam a arete (a virtude ou excelência ética) e a moralidade grega. Com sua bem conhecida teoria da virtude como justa medida, Aristóteles distinguiu vícios e virtudes pelo critério do excesso, da falta e da moderação. É no Livro II da Ética a Nicômaco que Aristóteles apresenta sua conhecida doutrina da virtude como um meio, da “doutrina da mediedade (mesotês), ao deixar evidente que a virtude é uma espécie de mediedade, na medida em que visa um meio, meio este entre o excesso e a falta” (HOBUSS, 2015, p. 38). Eis um pequeno esboço que encontramos das virtudes e vícios correlatos em sua obra:



A virtude da coragem não significa nada temer. Enquanto o covarde é aquele que tudo teme, o corajoso age com equilíbrio, de acordo com a prudência e a moderação (sophrosine). Desta forma, a coragem é uma justa medida entre a covardia e a temeridade (destemor).

A covardia se caracteriza pelo medo excessivo e a temeridade pela ausência de medo. Tanto em um caso como no outro, ter medo de tudo ou não ter medo de nada, pode ser prejudicial a ação. Esta questão parece bastante relevante se levarmos em consideração que a Grécia Antiga está envolta em várias guerras e o discípulo mais destacado de Aristóteles na política, Alexandre (o Grande), era um conquistador. Imagine, portanto, um guerreiro em um campo de batalha. Se se trata de um covarde, jamais conseguirá vitória alguma. Por outro lado, o excesso de confiança na vitória também pode colocar tudo a perder, uma vez que aquele que não teme seu adversário pode causar a sua própria ruína precisamente por achar que a vitória já está ganha. A coragem, portanto, significa saber equilibrar o medo. Como pondera Hobuss (2015, p. 49),

Na medida em que é um homem, possuindo os temores que são próprios deste, o corajoso saberá a postura a tomar nas situações devidas, situações que ele afrontará “como convém, como prescreve a razão, em vista do nobre, pois este é o fim ao qual tende a virtude” [ARISTÓTELES, 1942/1984, 1115b 12-13. cf. 1120a 23-24]. É isto que define de forma peremptória o corajoso, pois este teme o que deve ser temido, da maneira que deve, na ocasião (nas circunstâncias) que deve [...]

E nas palavras do próprio Aristóteles:

Assim, aquele que permanece firme e teme as coisas que deve, por um fim correto, da maneira que convém e no momento oportuno, ou que se mostra confiante sob as mesmas condições, é um homem corajoso, pois as ações e emoções do corajoso estão de acordo com o que é meritório e segue o que a razão prescreve. O fim de toda atividade é o que está conforme com as disposições de caráter das quais ele procede, e para o corajoso a coragem é nobre. Tal será, pois, também o fim que persegue o corajoso, já que uma coisa sempre se define por seu fim; é, por conseguinte, porque isto é nobre que o corajoso enfrenta os perigos e age conforme a coragem (ARISTÓTELES, 1942/1984, 1115b 17-24)

A coragem é uma virtude necessária para que se possa ter uma postura nobre diante dos maiores perigos e até mesmo daqueles inevitáveis, como é o caso da morte. O medo da morte é algo que deve ser suportado de modo impassível pelo corajoso, diante da dor e do sofrimento que a acompanha.

A temperança (sophrosine) é uma virtude relacionada com os prazeres do corpo, principalmente aqueles ligados ao gosto (o comer e o beber) e ao sexo. Tanto a alimentação quanto o sexo são algo absolutamente necessários a vida humana, mas a forma como lidamos com o comer, o beber e o sexo podem ser exagerados ou insuficientes.

O temperante, então, é aquele homem que está numa mediedade entre dois vícios, entre o excesso e a falta, sendo o intemperante o que carrega o estigma do excesso e o “insensível”, na falta de um nome específico para caracterizá-lo, seria aquele que aproveita dos prazeres menos do que seria conveniente ou correto (HOBUSS, 2015, p. 55)

O temperante age de acordo com a razão e não significa dizer que não tenha apetite ou desejo pelas coisas, mas “o homem temperante apetece as coisas que deve, da maneira e na ocasião devidas; e isso é o que prescreve o princípio racional” (ARISTÓTELES, 1942/1984, 1119b 15-18)

A temperança (qualidade ou virtude de quem é moderado, comedido), o equilíbrio entre a intemperança e insensibilidade (anaisthesia): “a temperança será a meio termo entre a dissolução do devasso e do libertino e a insensibilidade total aos pra­zeres da gula e da carne, uma insensibilidade que Aris­tóteles não aprova” (DONINI; FERRARI, 2012, p. 256).

A liberalidade (qualidade ou condição daquele que é liberal, no sentido de generoso) uma justa media entre a prodigalidade (dar em grande quantidade, gastar em profusão) e a avareza. Todas essas virtudes devem ser pratica
Atividade recente
54 hrs em registo
Atualmente a jogar
Proezas   25 de 38
1.935 hrs em registo
jogado pela última vez a 24 de ago.
157 hrs em registo
jogado pela última vez a 23 de ago.
Proezas   5 de 38