"Nostalgia" "Me lembra a infância" "Clássico do Super Famicon". Não, não, NÃO!
É um lixo, ruim, difícil, injusto e chato de se jogar.

Se fosse só ruim, até que daria um desconto, mas ruim e CHATO não tem condições. E não sei porquê voltou a mania pra apelidar jogo ruim e velho de "clássico".
Poderiam ter usado toda a bela arte, introdução e adições e músicas e feito um remake em cima da engine do River City Girls 1 e ter jogado o original no fundo do esgoto.

Passado a frustração, agora vamos pra resenha séria :)

River City Girls Zero é a versão original de Shin Nekketsu Kōha: Kunio-tachi no Banka, exclusiva do Super Famicon (O SNES Japonês) e demorou apenas 29 anos pra chegar ao resto do mundo. E sinceramente, era melhor ter ficado outros 29 por lá. A questão é que quando um título obscuro não tem lançamento oficial, fica aquele ar de curiosidade e teorias do porquê não dar as caras em outras partes do mundo. Esse River City tem todos os motivos pra não sair do Japão: Infelizmente, o jogo é ruim demais. E ainda tô querendo zerar!

A história é interessante e te prende até o final, mesmo o jogo te torturando, é todo o desenrolar que te deixa curioso e te faz pensar "caramba, mas o que vai acontecer em seguida?". As adições que a WayForward fez foram sensacionais: Uma intro totalmente animada e cantada, novas artes, um belo layout no menu, artes sobre o jogo. Deram um capricho imenso pra ficar alinhado com os novos lançamentos de River City Girls pra que não haja furos cronológicos e é um ótimo ponto positivo. Mas nenhuma abertura animada e artes desbloqueáveis salvam um jogo.

Não vou falar sobre a história do game em si, mas sim sobre os seus problemas mais graves. Mas pequeno spoiler: Pra um jogo chamado River City GIRLS, as garotas tem uma participação quase nula na história, só servindo de motivação pros caras saírem da prisão

Se você espera um River City Ransom, vai ser um balde de água fria. Tudo nesse jogo é limitado e ruim. Bater nos outros não é satisfatório, já que a detecção de acertos não foi feita da melhor forma, o pior é querer acertar o especial e o comando não responder no momento mais desesperador e necessário, e esses momentos incluem as lutas contra os chefes.

No começo é até tranquilo por causa da curva de aprendizagem, mas chega a batalha contra o Shinji e do nada o jogo que estava no fácil/mediano vai pro hardcore. Parece que o esquema pra derrotar o povo mais fácil é ficar quase que de cara pra ele, em um lugar do pixel muito específico, e eu não gosto disso porque parece que depende mais de ficar no lugar certo pra acertar os meliantes do que a habilidade do jogador. Mas esse lugar do pixel nem sempre funciona, ou seja, muitas vezes você dança e tem que se esforçar mais do que o necessário.

Conforme vamos avançando de fase, dá pra ter e trocar por 4 personagens a qualquer hora, o que é legal demais, mas se um deles morre, o jogo acaba e isso não é legal, pelo menos temos continues infinitos. As partes que tentam emular o game Kung Fu (sem poder subir ou descer o personagem no cenário) são as piores, já que você tem que armar estratégias (ficar pulando que nem desesperado e dando voadora) pra não morrer em um piscar de olhos.

Falando nisso, é fácil bobear e morrer pelos motivos mais bestas, já que os inimigos parecem que te atacam muito antes de você finalizar o golpe. Eu estou desesperado dando um combo e do nada ele quebra com uma voadora, mas em outros momentos, o combo encaixa perfeitamente, e vai se repetindo esse ciclo ruim. Lembra muito a quebra de combo do Streets of Rage 4, mas lá não tem comandos quebrados e detecção ruim. E falando nos inimigos, são apenas 2 por tela. Sim, um jogo de SNES de 1994, de Porradaria em que normalmente a lei é aparece uns 5 a 7 caras no cenário sedentos por sangue são substituídos por 2 gatos pingados e super repetitivos.

É só jogar umas 4 fases e notar o mesmo inimigo se repetindo várias vezes, apenas com a troca de paleta de cores. Parece que quiseram economizar o máximo de memória e não se dedicaram como devia. Nem a parte da motoca, que era pra ser o momento emocionante, é legal. Só dá pra lutar com 1 carinha por vez em uma pista totalmente linear. Se espera um Road Rash River City Ransom, esquece.

É inaceitável um jogo que se diz um "Beat 'em up" ter saído desse jeito tosco. Streets of Rage 3 tinha saído um mês antes deste, e olha o abismo de diferença. E nem tem desculpa, o SNES é um hardware mais poderoso, mas quiseram economizar memória e fizeram qualquer coisa. Tirando a história que é interessantíssima, nem dá pra vontade de querer re-jogar ou ir com outra pessoa, o fator replay é 0.

Fica parecendo mais um jogo de Arcade dos anos 80, quando as coisas estavam engatinhando...E olha que o primeiro da saga Kunio-Kun (O famoso Renegade) é 30x melhor que isso aqui. Talvez os produtores se focaram mais na história e deixaram o gameplay de última hora (Só notar que o jogo é mais puxado pra história do que pra porradaria).

E o pior, o jogo dá lag e fica lento. Um jogo simples desse dando uma cassetada de lentidão, e eu suspeito que seja programação ruim, já que o filtro CRT que tem como opção deixa o jogo lento, mas mesmo desligando ele dá uns slows aleatórios, é totalmente sem sentido.

Se você gosta de desafios e quer jogar um jogo clássico de verdade, não compre esse. É pedir pra se frustrar e querer desistir na metade do jogo. Ao não ser que você adore injustiças, dificuldade injusta, controle porco e um jogo de porradaria medíocre.

Se prender a nostalgia não ajuda a melhorar o jogo.