Recent reviews by protoman

Após o fiasco de Hammerwatch II, pairava no ar uma certa desconfiança em relação à desenvolvedora Crackshell: falta de atualizações e indiferença às reclamações dos jogadores. Com o passar do tempo, atribuiu-se à distribuidora (Maximum Entertainment) a culpa por não haver atualizações e patches para os diversos bugs e problemas do jogo... o que não exime a Crackshell, tendo em vista que quem escolheu trabalhar com a Maximum Entertainment foi a própria Crackshell...

Passado quase 1 ano e meio deste episódio, inesperadamente a Crackshell anuncia Heroes of Hammerwatch II. E talvez a Crackshell tenha aprendido a lição, já que agora ela também retorna como distribuidora.

Quanto ao jogo: é basicamente o que se esperava de uma continuação do primeiro Heroes of Hammerwatch. Os visuais estão mais bonitos e detalhados. Agora, é possível equipar itens, que persistem no seu inventário mesmo após finalizar ou morrer em uma run. Os itens passivos do jogo anterior agora são trinkets; estes, sim, somem após finalizar uma run.

Testei rapidamente o modo cooperativo online, tudo está funcionando perfeitamente. Fácil de entrar e criar lobbies.

A progressão lenta (leia-se grinding) continua e foi aprimorada em comparação ao antecessor. E este é o ponto central de Heroes of Hammerwatch II. A economia do jogo é o que torna ele divertido e te faz sempre ir em busca de avançar um pouco mais. A jogabilidade é muito fluída. A dificuldade está na dose certa.

Jogaço!

O vídeo da loja te faz acreditar que Nikoderiko é uma espécie de híbrido de Donkey Kong Country com Crash Bandicoot, duas séries que são referências de seus respectivos gêneros.

Ledo engano. Jogabilidade terrível, movimentação nada precisa. Loadings demorados, personagens enfadonhos. Até a trilha sonora composta pelo mestre David Wise é genérica e pouco memorável. Pouca coisa se salva.

Mas o pior mesmo fica por conta do modo cooperativo. Em várias sessões presenciei um único controle movimentando simultaneamente os dois personagens. A câmera não acompanha adequadamente os personagens, tanto nas fases 2D quanto nas 3D. É comum um jogador avançar um pouco e o segundo, sumir do enquadramento e até morrer.

Decepção completa. E o preço cheio de R$ 92 é um crime.

Nine Sols é, para mim, o melhor jogo de 2024.

Trata-se de uma deliciosa combinação entre dois dos meus gêneros preferidos: metroidvania e soulslike. Pense em Nine Sols como uma mistura de Hollow Knight e Sekiro, com pitadas de Cuphead e Souldiers, mas com personalidade própria e identidade única.

Nine Sols apresenta um mundo cheio de detalhes, com personagens carismáticos e uma lore profunda, fortemente influenciada pela mitologia chinesa[en.wikipedia.org]. A filosofia pauta boa parte da narrativa.

A navegação, à primeira vista, é ruim. O mapa é obtuso, sendo necessário ficar alternando constantemente entre a visão detalhada e o mapa-múndi. Ele não te mostra itens, nem mesmo é possível fazer marcações manualmente. Felizmente, um deslize pequeno e perdoável em comparação ao pacote completo.

O teleporte entre os bonfires só fica disponível depois da metade do jogo... o que te obriga a muito backtrack. O backtrack em si seria um grande problema em muitos jogos, mas não aqui. A exploração é sempre recompensada, sobretudo por conta da jogabilidade.

Tudo é coeso e flui perfeitamente. O game design é inteligentíssimo. Um metroidvania de respeito.

A mecânica principal é o parrying. Você precisa aprender, não há meio termo aqui - é essencial. Sem executar os bloqueios, você não irá muito longe.

Os chefes são um espetáculo à parte. Não me lembro de outro jogo com chefes tão memoráveis quanto os de Nine Sols.

Em relação à dificuldade, Sekiro foi o soulslike mais desafiador que joguei até então. No modo standard, Nine Sols é mais difícil que Sekiro. Para os chorões, também há o modo story, onde é possível estabelecer os multiplicadores de dano causado e sofrido pelo personagem principal.

Vale o preço cheio. GOTY.

Tudo o que já era bom em Ender Lilies foi mantido. O que poderia melhorar foi (e tem sido) melhorado.

A julgar pelas quase 4 horas de jogo disponíveis no early access, Ender Magnolia tem todas as credenciais para se tornar uma referência no gênero. E leve em consideração que, por convicção pessoal, não sou de comprar quase nada em early access.

Trilha sonora fenomenal (uma delas me fez lembrar bastante da "Harmonious", minha preferida do jogo anterior). As animações estão bem polidas. Há muitas alternativas para diferentes estilos de combate.

Gostei muito da nova mecânica de não levar dano ao tocar em inimigos; você só leva dano efetivamente ao ser atingido por seus ataques. O novo layout do mapa é ousado e foge do que costuma-se encontrar no gênero; também ficou mais fácil de visualizar se ainda há algo a ser obtido/encontrado ou algum inimigo a ser enfrentado em cada área.

Enfrentei uns 7 ou 8 chefes nessas 3,5 horas de jogo, todos com mecânicas distintas, muito bem desenvolvidas e padrões de luta bastante diversificados. Considero que os chefes estão mais fáceis, quando comparados com os do primeiro jogo.

Gostei do que vi até agora. Seguirei acompanhando os próximos passos dos desenvolvedores.

Gostei de Hammerwatch. Amei Heroes of Hammerwatch, um dos jogos que mais joguei até hoje no Steam. Naturalmente passei a acompanhar a desenvolvedora Crackshell com carinho.

Fiquei ansioso por Hammerwarch II desde que ele foi anunciado. A demo foi lançada há algumas semanas... e, com ela, veio a decepção. Antes de criticar, optei por esperar e ver se a Crackshell resolveria os vários problemas indicados pela comunidade. Ainda dei um voto de confiança. Comprei o jogo no lançamento, com preço cheio... e praticamente nada mudou na versão final do jogo.

O suporte a controle é horroroso, simplesmente uma das piores interfaces que já vi num jogo para quem usa controle. Para se ter uma ideia, levei quase meia hora pra conseguir aprender a associar o uso de poção a um botão rápido específico. Da forma como está, Hammerwatch II só é jogável com mouse e teclado. Fico imaginando quem vai jogar em console, sem essa alternativa...

Oferecer um mapa decente, num mundo vasto como o de Hammerwatch II, é essencial. Não é o que acontece aqui. Mesmo que você já tenha passado por uma cidade, não é incomum ter que voltar e conversar com todos os NPCs do local novamente, até achar a pessoa certa para conversar para que o jogo progrida ou uma sidequest continue/seja concluída.

Por falar em sidequest... no momento estou em mais de 10 sidequests simultâneas. Já me perdi. A cada 3 NPCs com quem você conversa, 1 tem gatilho para iniciar uma sidequest. Sidequests com objetivos arbitrários e pouco claros, com recompensas quase nulas. Algumas sidequests têm prazo para conclusão!

Progressão lentíssima. Heroes of Hammerwatch era assim, mas HoH é outro gênero. E era muito divertido.

Muitos itens inúteis. Dungeons e cenários muito repetitivos. Sistema de horário é um absurdo; todo mundo nas cidades dorme após um determinado horário! Nesse momento, você não consegue comprar/vender nada e não consegue prosseguir em sidequests!

Outro ponto: a distribuidora não levou em conta os preços regionais no Steam. Cobrar R$ 80 pelo jogo, do jeito que foi lançado, é um roubo.

Um dos pontos positivos do jogo é o minigame das cartas.

Não sou de postar análises, mas vou abrir uma exceção.

Fiquei surpreso com a avaliação de Souldiers no Steam (no momento em que escrevo isto, apenas 52% das análises são positivas). Pelo que vi, o fórum de discussão está recheado de reclamações - infundadas - sobre dificuldade, falta de suporte a alguns controles genéricos e classes desbalanceadas (arqueiro e mago, especificamente).

Metroidvania com dificuldade acima da média? Sim. Mas a opção "Easy" está lá para acalmar os chorões. A tag Souls-like é a primeira ou a segunda a aparecer na página da loja do jogo. O próprio título do jogo é SOULdiers, afinal de contas. Não achei o jogo muito difícil. Há uma curva de aprendizado, mas nada muito fora do comum.

Sobre a falta de suporte a determinados controles, testei o jogo com 4 controles diferentes, incluindo 1 genérico. Tudo funcionando perfeitamente.

Em relação às classes, só testei o cavaleiro... então não posso discorrer muito sobre. Mas a impressão que fica, pelas reclamações, é que a desenvolvedora deveria ter lançado o jogo só com essa classe. Usando o cavaleiro, não tenho uma queixa sequer a apresentar sobre a jogabilidade. Tudo é muito fluído e funciona como deveria. Recomendo que tentem usá-lo, pelo menos é a dica que deixo ao pessoal que está reclamando das outras classes.

Bugs? Crashes? Não presenciei absolutamente nenhum, com quase 10 horas de jogo.

A direção de arte é coisa de outro mundo. Pixel art mais bonito que já vi. A trilha sonora é sensacional.

Eu daria facilmente uma nota 9 de 10 para o jogo. Arrisco até a dizer que essa seria a média de avaliações, caso a desenvolvedora tivesse optado por lançar o jogo somente com o cavaleiro... ou ainda se as outras duas classes estivessem mais balanceadas.

Melhor metroidvania dos últimos anos. E levem em consideração que recentemente joguei o último Ori, Guacamelee 2, Hollow Knight e Ender Lilies.

Edit (08/07/2022): a análise acima foi escrita e postada ANTES da atualização do dia 28/06/2022. Aparentemente, com este update, a dificuldade do jogo foi substancialmente diminuída: o número de save points dobrou, no mínimo; inimigos agora causam uma fração do dano que costumavam causar. Em resumo, este update desfigurou o jogo tal como ele foi planejado.

O erro foi terem aplicado essas mudanças ao nível de dificuldade previamente selecionado pelo jogador. Por que não implementar simplesmente um nível de dificuldade próprio para chorões (tal como em Celeste e Rogue Legacy 2)? Todos sairiam ganhando. Ninguém mais teria motivo para reclamar.