No outro dia cruzei-me com uma rapariga que pode ser a tal, mas eu não sou de aventuras e não me quero atirar de cabeça (kkkkkkk) para uma relação que até pode dar em nada, preciso de ter a certeza de que ela é a tal.
Por isso, imediatamente depois de a ver e de ter avaliado superficialmente o potencial, fui a correr montar o meu equipamento de vigilância em frente à casa dela. (tenda, binóculos, câmara, óculos de visão noturna, o habitual)
Vou anotar cuidadosamente todos os seus comportamentos e rotinas e monotorizar todas as suas reações e estímulos fora do normal, reação a telefonemas anónimos em que só se ouve uma respiração ofegante do outro lado, comportamento perante perseguições de automóveis, a forma de lidar com a proximidade de estranhos em lugares públicos que a tratam pelo nome e parecem conhecer bem demais certos pormenores da sua vida, etc.
Depois de dois anos de estudo intensivo farei uma análise cuidada de todos os relatórios produzidos, e se ela for mesmo a tal aparecerei em casa dela com um ramo de flores, teremos o caminho livre para sermos felizes para sempre.
É impossivel uma pessoa não ficar lisonjeada depois de saber que foi selecionada através de um processo de investigação tão exigente.
Durante este período de estudo é importante arranjar formas criativas de afastar potênciais concorrentes, será uma perda de tempo se no final de tanto trabalho o coração dela não estiver livre para nos receber.
O medo costuma ser uma arma bastante eficiente no afastamento de rivais, há varias formas de os assustar: Colocando avisos escritos letras recortadas de jornal acompanhados de partes de animais mortos; persegui-los por ruas escuras usando uma mascara e munido de uma motosserra; invadindo o quarto deles às três da manha com um coro de anões nús usando apenas uma máscara de porco e asas de anjo a cantarem em versão de canto gregoriano a musica "Não me toca" de Anselmo Ralph, o habitual neste tipo de situações.