“Antes que a Arte tivesse moldado as nossas maneiras e ensinado as nossas paixões a falarem uma linguagem requintada, eram rústicos nossos costumes, mas naturais; e a diferença dos comportamentos de pronto anunciava a dos caracteres. A natureza humana, no fundo não era melhor; os homens, porém, tinham a segurança de poderem facilmente avaliar uns aos outros, e esta vantagem, cujo valor não mais sentimos, lhes poupava muitos vícios. Hoje, que pesquisas mais sutis e um gosto mais fino reduziram a princípios a arte de agradar, reina em nossos costumes uma vil e enganosa uniformidade, e todos os espíritos parecem ter sido jogados num mesmo molde: a polidez continuamente exige, o bom-tom ordena: continuamente seguimos os costumes, jamais nosso gênio próprio. Não mais ousamos parecer o que somos; e nesta perpétua coerção, os homens que compõem este rebanho a que chamamos sociedade, colocados nas mesmas circunstâncias, farão todos as mesmas coisas, se motivos mais potentes não o impedirem. Jamais, portanto, saberemos bem com quem estamos tratando: será preciso, pois, aguardar que não haja mais tempo, pois é justamente para estas ocasiões que seria essencial conhecê-lo”.
[Jean-Jacques Rousseau – Discurso sobre as Ciências e as Artes]

"As maiores almas são capazes dos maiores vícios, como também das maiores virtudes, e os que só andam muito devagar podem avançar bem mais, se continuarem sempre pelo caminho reto, do que aqueles que correm e dele se afastam." [René Descartes]

"A característica do autêntico heroísmo é a persistência. Todos os homens têm impulsos erráticos, momentos pontuais de generosidade. Mas quando decidir ser grande, permaneça consigo mesmo e não se reconcilie com o mundo. O heroico não pode ser comum, nem o comum heroico." [Ralph Waldo]