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Publicada: 3/ago./2017 às 13:48
Atualizada: 5/ago./2017 às 12:45

Análise - Mirror's Edge™

Premissa
Mirror's Edge é um jogo de ação em primeira pessoa com elementos de parkour¹. Aqui você joga com a Faith Connors, uma "corredora" rebelde que usa suas habilidades para burlar a censura ao coletar e transportar informações pelos telhados de City of Glass. Logo no início, a morte de Pope, prefeito da cidade põe em risco a própria existência desses mensageiros e de quebra, sua irmã Kate é acusada do assassinato. Cabe então a nós percorrer a cidade em busca da verdade ao mesmo tempo em que procuramos uma forma de salvar a Kate.

Gameplay
Em primeira pessoa e sem elementos visuais na tela. Nada mesmo, nem um mapa. Podemos correr, saltar, agachar, rasteira (ao correr), combate corpo-a-corpo e também usar armas de fogo tiradas dos inimigos. O jogo é focado em elementos evasivos então o combate com armas é totalmente opcional. Na verdade o jogo sofre nesses momentos, pois a ausência de um sistema eficiente de mira, cover e de um indicativo de munição torna frustrante algo que poderia ser simples. E acho que foi intencional, pois te faz dar preferência àquilo em que o jogo faz de melhor: esconder, surpreender e fugir. Nem é possível ir muito longe com uma arma em mãos, pois a Faith precisa delas livres para se pendurar em marquises, telhados, janelas, forros e dutos de ar. Os ambientes são amplos, mas limitados por periferias, paredes e cercas. É um jogo linear no final das contas. Exceto a parte com as armas, todos os comandos e mecânicas respondem bem. É possível criar sequências de combos para desarmar os inimigos ou mesmo surpreendê-los e nocauteá-los por trás. O combate corpo-a-corpo quando é obrigatório se mostra muito divertido, pois os movimentos são acrobáticos e cheios de estilo, ainda que tenhamos uma pequena quantidade de combos para executar.

Aspectos técnicos
A IA é deficiente: os caras só querem te matar, não agem em equipe e às vezes mal se movem, ainda assim, são um risco em ambientes fechados pois nossa resistência física é baixa. Visualmente o jogo ainda é bonito (ele foi lançado em 2008) e em grande parte por ter um visual limpo e com texturas simples. No ambiente é necessário se guiar pelas cores: azul são elementos que podem ser usados para ter acesso a outra parte do cenário e vermelho indica literalmente o caminho a se seguir ou elemento passível de interação (botões e válvulas). A movimentação da Faith é realista, inclusive a movimentação da sua cabeça o que pode causar vertigem. O som nesse jogo é secundário e as músicas se encaixam bem aos ambientes, mas sem nenhuma canção marcante.

Acertos
Já foi dito que o jogo tem foco na evasão. Isso significa que na maior parte do tempo você estará cercado, em menor número e (de início) desarmado. Isso confere muita tensão ao gameplay. A ausência de indicadores na tela te faz considerar que não há uma segunda chance para erros. Não raro, você estará em fuga enquanto desvia de socos ou balas e a trilha sonora estará acelerada e um erro pode ser mortal... mas então você consegue fechar a porta do elevador bem a tempo de escapar de uma rajada de tiros! Aliás, o tempo de subida e descida em elevadores é longo, mas bem vindos, pois em todas as vezes eu realmente precisava tomar um ar!

Erros
Jogo curto, história mal contada (existem hqs² que contam melhor a história), combate com armas deficiente e fator replay baixo (apenas um item coletável e opção de jogar contra o relógio).

Veredito
Jogo obrigatório. Sua execução não foi perfeita, mas para uma nova franquia que investia em algo até então desconhecido (o parkour) merece a compra. No começo eu me senti ainda "preso ao chão" mas gradualmente você vai se permitir a pensar como um corredor e vai enxergar novos caminhos e atalhos e isso é a melhor parte do jogo: sempre há mais de uma maneira de se chegar a um lugar. Terminei o jogo com dez horas, pois minha veia RPGista me fez querer explorar todos os ambientes, mas nunca havia nada lá (além das sacolas coletáveis), além de ter enfrentado dificuldades em diversos pontos (longe de ser frustrante, só desafiante).

Nota: 8,0

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Referências

1- https://pt.wikipedia.org/wiki/Parkour
2- https://hqstambemecultura.blogspot.com.br/2016/02/mirrors-edge-download.html (acessado em 02/08)
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