Sankara Kudurista
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Antes de qualquer coisa: TSC não é um jogo pra todo mundo, mas não é MESMO. E acima de tudo, não é um jogo para menores.

Beleza? Então tá.

Eu sou fã do Goichi Suda e da Grasshopper Manufacture já tem um tempo. Sempre gostei dos jogos com personagens e apresentação cheios de estilo, mas muitas vezes quase que alienígenas para os ocidentais, com uma narrativa que consegue ao mesmo tempo arrancar algumas gargalhadas e deixar o jogador/espectador completamente atônito. Depois de killer7, Shadows of the Damned, No More Heroes, entre outros, pensei sinceramente que já estava bem habituado com esse rolê estilístico, o que restava era ir aos poucos vendo as traduções e ports pra PC que vão saindo de jogos nunca antes traduzidos pro público ocidental. Era só questão de ver as origens e como a evolução foi se dando.

Olha, eu estava bem errado.

The Silver Case é uma obra de arte narrativa. Apesar de ser uma produção bem de nicho, é impressionante o tanto que consegue fazer com tão pouco - é perceptível que é um trabalho de poucas mãos, com pouco dinheiro, não voltado para gerar um retorno financeiro grande, mas com um potencial enorme pra ser o que se tornou: um clássico cult.

A história é contada em dois arcos divididos em episódios, transmitter e placebo que, diga-se de passagem, são bem mais interessantes - e tornam toda a viagem do enredo mais digerível se jogados de maneira intercalada, um de cada lado por vez. E nessa versão remasterizada foram adicionados mais dois episódios para "dar uma liga" entre esse jogo e suas duas sequências diretas: "Flower, Sun and Rain" e "The 25th Ward". Gameplay mesmo é quase inexistente, exceto por uns quebra-cabeças bem malucos (mas que podem ser resolvidos automaticamente - o que pra pessoas que só querem aproveitar a história é uma bênção, mas que de fato fazem o jogo praticamente deixar de ser um "jogo" pra virar uma narrativa interativa) e algumas partes de locomoção em primeira pessoa que fazem parte de todas as missões, praticamente.

O enredo por si só é sur-re-al. Uma metrópole dividida em 24 setores, o retorno de um antigo assassino, uma investigação jornalística que revela bem mais do que deveria e um empréstimo que nunca ocorre (risos). Tudo em torno de um único tema que permeia parte das produções da Grasshopper: Kill the Past, mate o passado para lutar pelo seu futuro. É uma loucura que eu não ouso explicar mais para não estragar a experiência de quem quer dar uma chance pra essa obra.

Já escrevi pra caramba (meio que sendo um tanto críptico, né) num texto que seria só uma reviewzinha da steam. Deem uma chance pra TSC, sério.

Aquele abraço.

E me empresta 50000 yen.